sábado, 31 de maio de 2014

Rainha do Fogo

Eu vi com os olhos de Yariman
tudo era beleza, cor e luz
Os sons dançavam no ritmo dos corpos
Medalhas batiam, ouro
panos bailavam no ar

Andei com as pernas de Yariman
Os passos eram fortes, guiavam para
o caminho de luta,
As pedras saíram da estrada
e não havia pontes intransponíveis

Eu falei pela boca de Yariman
Palavras doces, tudo foi música
Consolo e aconchego

A força de Yariman em mim
Tudo foi fácil, de tudo fui capaz

Toma meu corpo como instrumento
e eu te sirvo com devoção

Yariman, a rainha do fogo.



domingo, 18 de maio de 2014

Salve Sobá


Salve Rainha do mar, cujos filhos são peixes

Maresia, brisa e beleza nossa
A vós cantamos, os maravilhados filhos de Umbanda
A vós dançamos, entregando-lhe flores brancas nesse imenso regato de águas
Eia, pois, lavadeira nossa
Esses vossos seios rasgados a nós volvei
e depois dessa limpeza
Mostrai-nos Oxalá, bendito Orixá da criação
Ó bela sereia, Ó mãe majestosa,
Ó doce e sempre dada ao amor, Yemanjá
Envolvei nosso corpo em seu santíssimo rio de águas
que correm para o mar
Para que sejamos reflexo de teu espelho de luz
e paridos de tua vulva sagrada,
alcancemos as alegrias d'amar,
o mar, 
o mar, o mar

Axé





sábado, 10 de maio de 2014

Porto I

Dos caminhos de Nona
até o seu coração...
Quanto sul existe!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Ana

Desisto.
Seu nome me pesa os olhos de tanta beleza
E quis escrever uma história nas linhas embaixo dos seus
nas marcas do tempo que só te deixam
mais luz

O tempo, audacioso e traiçoeiro, desenha sabedoria em rostos de pele papel.
Em ti, o tempo brilha como olhos de criança
Frescor de dias que se preparam para chuva fina
O tempo te colore como céu rosa de fim de tarde
Põe em tua boca margaridas e lírios nos olhos
Faz de teus braços rios
De tuas pernas vento
E seu nome nada sofre com sua ação
Seu nome é inatingível, enorme, anula todo som, joga com o tempo,
dança, ecoa, atravessa.
Dizia que Ana no nome é sina de
coragem, força, beleza
E é
Sou Ana e conheço uma Ana de pedra da ponte e outra Ana que perdeu seu homem para Oxum e não praguejou, sobrevive
E você é Ana, e Ana nunca foi um nome que me suprimisse, mas você é Ana, e sua beleza pesa e eu não quero mais querer a cor e as linhas de seus olhos, não quero mais querer o sussurro, nem o grito do seu nome. Eu não quero mais sonhar com você.