sábado, 22 de fevereiro de 2014

Flor-de-urucum



Todos me tomam

menos a Flor de Urucum,

que eu audaciosamente chamo de florzinha de urucum
e lhe mando canções e lhe escrevo versinhos:


Ó belíssima Flor de Urucum, que és pequena e 

poderosa e sabidíssima, 

tens lábios que nunca provei mas os sei

doces, doces e doces

Ó singelíssima Flor de Urucum, que tens a nuca

emoldurada por desenho vermelhíssimo, pintado 
por mãos de Monet à Dali.

Ó encantadora Flor de Urucum, que estás no elevado

pedestal catedrático de onde julgas todos os seus 
reles aprendizes...

Olhai,


minha flor de urucum, sou eu.
Esperava há anos para ler tua mão
e ao dizer que não leio mãos, beijar suas mãos
e ao dizer da beleza de suas mãos e braços,

beijar teu colo. 

Olhai,
Passarinho-flordeurucum, 


sou eu, que das vontades de tua beleza não sabia,
assim me aprazia

maldizer-te. 


Atenta.
Poema do urucuzeiro, bem-vinda dos sonhos mil...

escuta,


sou eu.








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